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O meu objectivo, é escrever breves textos, sobre os assuntos que eu considere de interesse nos mais diversos âmbitos, e que prendam a atenção do seu olhar!
Domingo, 20 de Abril de 2008
O Dia 25 de Abril de 1974, para mim é inesquecível.

Eu  cumpria o Serviço Militar ainda na altura da Revolução do 25  de Abril, que abriu portas para a Democracia tão desejada por muita gente, incluindo eu próprio, como é óbvio.  Lembro-me que estava de serviço na véspera e  tinha confidencialmente conhecimento do que ia acontecer no dia seguinte, tendo  continuado de serviço no dia da Revolução, que eu recordo  todos os momentos como se fossem hoje. 

Os Civis,  que era assim como os chamávamos, andavam na sua grande maioria com uma satisfação muito grande, exibindo os saudosos cravos vermelhos e confraternizando amavelmente connosco dando-nos sempre muito apoio moral tão necessário nessa ocasião. Eu diria que essas pessoas também fizeram parte do sucesso alcançado com o Movimento das Forças Armadas, pelo que lhes devemos muita gratidão.

Salvo alguns percalços  que entretanto iam surgindo, num ou noutro local, a Revolução foi um êxito e para quem não é desse tempo, ou não cumpriu o serviço militar, tem visto em filmes ou documentários  uma amostragem daquilo que se passou no terreno. Agora faz parte da história verídica e é bom que os estudantes a aprendam bem. Porque viver em democracia é muito diferente do que suportar  uma Ditadura como a que precedeu o Dia 25 de Abril de 1974.

Os dias que se seguiram continuavam a ser vividos por nós e por muitas pessoas com extraordinária alegria, e por essas circunstâncias os militares eram solicitados  a muitos Locais. onde a multidão carregada de cravos vermelhos os recebiam efusivamente com  muitas palmas e gritando: vivas ao 25 de Abril e às Forças Armadas.

Um dia fui com mais dois oficiais do exército num jipe do Quartel a Felgueiras, onde nos esperavam milhares de pessoas, que nos aplaudiam vivamente. Era de  tarde e estava um calor tórrido e nós fardados a rigor! 

Entramos para o Salão Nobre dos Bombeiros, onde fomos recebidos principescamente , onde nada faltava para lanchar  e até vinho do porto, cujo comandante dos Bombeiros disse que era do melhor, e só para nos homenagear, fez questão de abrir a garrafa que nos estava destinada para cada um beber um cálice, e comprovamos a sua óptima qualidade. Pois nessas ocasiões não se pode recusar o que amavelmente nos oferecem com tanto gosto.

Ao dirigirmo-nos para a varanda do Edifício onde o povo mais uma vez nos saudava com enorme entusiasmo. O militar mais graduado era  um capitão " de carreira" mais velho, e por isso não era capitão miliciano. Ele tinha chegado dias antes ao Quartel e não conhecia nem bem nem mal a agora cidade de Felgueiras, pelo que a primeira gafe foi: Bom povo de Fafe! Começamo-nos a rir sem que o Povo se apercebesse, mas eu em surdina disse-lhe para corrigir o lapso, o que ele fez de imediato.

Depois também usei da palavra, porque conheço bem aquela gente hospitaleira, e os aplausos eram constantes, o que para um orador é sempre agradável. No meio disto  tudo há sempre peripécias engraçadas, e esta foi uma delas! O 25 de Abril como já repararam está no meu coração. E Sei que também no coração de muitos Portugueses.

Viva o 25 de Abril! 

Nota: Eu tinha a intenção de só escrever este post no dia da 25, ou seja, quando oficialmente se comemora o dia da Liberdade, mas devido ao facto de nessa data, estar ausente do País por motivos profissionais, escrevo com uma antecipação de alguns dias.

 

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publicado por umbreveolhar às 04:13
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21 comentários:
De sunshine a 25 de Maio de 2008 às 18:11
O 25 de Abril será sempre um dia de um significado histórico, que determinou um valor fundamentel - o direito à liberdade e à livre expressão. Era pequena, mas para mim, esse dia permitiu-me ser hoje aquilo que sou e muito o devo a todos os que de forma directa ou indirecta nela participaram.
Conheci pessoalmente Salgueiro Maia, um homem extraordinário, que não estando sózinho, foi o lider da revolução, sendo um homem bom, nobre de grandes valores, que acreditava nos seus ideais.


De umbreveolhar a 25 de Maio de 2008 às 18:53
Fico extremamente feliz com tudo o que disseste cujas palavras lindas e objectivas, eu não poderia estar mais de acordo!.Também tens razão quanto ao Salgueiro Maia que como é obvio conheci-o e convivi com ele. e gostei que o tenhas conhecido pessoalmente. Grande Pessoa, que além da sua cativante simpatia, foi sem dúvida o Lider da Revolução e o Capitão que se viu mais em "apuros"!
A forma como estás esclarecida dá-me muita satisfação, e agradeço as tuas esclarecedoras palavras. Parabéns.

Volta sempre e até breve,
Carlos Alberto Borges


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Carlos Alberto Borges
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