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O meu objectivo, é escrever breves textos, sobre os assuntos que eu considere de interesse nos mais diversos âmbitos, e que prendam a atenção do seu olhar!
Sábado, 24 de Janeiro de 2009
Há precisamente um século - A Balada da Neve

 

Há um século que este extraordinário poema de Augusto Gil foi publicado  -  Janeiro de 1909, no Luar de Janeiro.
Para celebrar o acontecimento,  este ano, também em Janeiro, a "Mãe Natureza" presenteou-nos com a queda de neve em quase  todo  o País, como há muito tempo se não via.


Por isso, tenho o gosto de recordar este lindo  poema, um dos mais  lidos e recitados.
 


A Balada de Neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
- depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.


Augusto Gil - Luar de Janeiro, 1909
 


publicado por umbreveolhar às 11:14
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De Caminhando... a 26 de Janeiro de 2009 às 22:29
Olá amigo!
Mto bonito este poema!
Fico sempre muito contente por ver que nem tudo o tempo leva, que nem tudo o tempo esquece, sendo que, sempre que vejo seja poemas, seja figuras celebres, serem relembradas e admiradas fico muito contente. Sendo que neste caso é bom ver que este poema continua intemporal e sempre presente nas nossas memorias apesar dos anos que já tem!
Beijinho e uma boa noite!


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