Um dia em Vila Real de Trás-os-Montes, apresentaram-me um Senhor que era muito bem disposto e com um sentido de humor invulgar. Era uma pessoa de compleição física forte, de estatura baixa e andava sempre durante o dia vestido com uma bata azul para o proteger da sujidade, pois era serralheiro e picheleiro.
A partir do momento em que o conheci, sempre que me deslocava a Vila Real, procurava logo o Sr. Pinto pois conquistou a minha amizade facilmente devido às suas brincadeiras que eu tinha a oportunidade de verificar com os seus amigos e comigo próprio. Habitualmente chamava-me menino.
Além disso, era um homem extremamente brincalhão, inteligente e amigo de fazer vontades a toda as pessoas, mas especialmente às Senhoras, daí a sua alcunha de Coninhas...
Numa das minhas viagens por Vila Real, fui como habitualmente visitá-lo e notei que ele estava com uma cara menos sorridente que o habitual.... Ignorei e perguntei-lhe se estava bem disposto e para minha surpresa disse que não, pois andava muito preocupado com uma coisa, que segundo ele referia, era muito importante.
Disse-lhe que não me ia embora sem saber o que se passava! Perante tal atitude, eu convidei-o para almoçar e com insistência aceitou, tendo-me dado muito prazer, pois além da boa companhia, teríamos mais tempo para conversar sobre o que nos apetecesse!
Depois do almoço, já mais igual a si próprio, sorriu com aqueles grandes olhos azuis e disse-me, vou contar ao menino aquilo se passa. Ó Sr Pinto só lhe faz bem desabafar, disse eu.
ANDO MUITO PREOCUPADO PORQUE RECEIO QUE ME CONVIDEM PARA O GOVERNO...
Deixe-se de brincadeiras Sr.Pinto, alguém se vai lembrar do meu amigo para executar essas funções! Está enganado, o menino não faz ideia dos "burros" que lá estão, e eu seria mais um! Respondi-lhe, mas o Senhor não é "burro". Retorquiu de imediato e disse: também os outros não pareciam... Ò Sr.Pinto, você é sempre o mesmo brincalhão! Dei uma grande gargalhada porque dito por ele, e depois de tanta hesitação, o caso teve realmente muita piada.
O facto que acabo de contar, remonta à altura dos Governos Provisórios, depois do 25 de Abril que eram nomeados e cujas alternâncias eram constantes e não tinha havido ainda eleições legislativas, como há actualmente.
Agora a realidade é outra, os políticos quase se atropelam uns aos outros para conseguir a liderança dos respectivos partidos, e aguardam a oportunidade das próximas eleições legislativas, para reconquistar o poder! Os eleitores que façam um exercício de memória e que o o seu voto seja o reflexo dessa governação, na opinião de alguns muito boa, para outros muito má! Também não vai assim há tanto tempo que os Portugueses não se lembrem...
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