Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Uma boa homenagem que posso prestar ao meu pai, que há pouco mais de um ano partiu, é dedicar-lhe este soneto do Luis de Camões, que tão sabiamente o recitava!
Por isso a minha homenagem neste dia de Portugal e das Comunidades são para o grande Poeta, autor dos Lusíadas,de que hoje se celebra mais uma efeméride, e recordo com muita saudade a grande personalidade e eloquência que eram características do meu querido pai, que tanto amava a poesia.
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