Quando eu nasci
Minha Mãe me embalou,
Cantou uma canção
Que a minha Avó
Também cantou,
Em noites de insónias.
Quando eu nasci,
Minha Mãe sorriu,
Olhou o Céu estrelado
Parecia que as estrelas
Traziam-lhe a luz ao olhar,
Tão verdes de esperança.
Quando eu nasci
Minha Mãe agradeceu Feliz
Seus olhos brilharam
Como uma estrela cadente
Senti o cheiro e o embalo
Do colo de minha Mãe.
Passado tanto tempo,
Olho as estrelas do Céu,
No Céu estrelado e festivo
Parece-me que uma estrela
É uma mão acenando
Com amor e saudade...
Quem me lê habitualmente e que felizmente são muitos Amigos e Amigas, sabem bem que os meus textos são por norma positivos e quase sempre com uma pitadinha de humor que reflecte a minha forma de estar na vida.
Porém, desta vez sinto-me invadido pela tristeza e por isso impele-me a falar do falecimento da minha Mãe que ocorreu esta semana, tendo ído para a sua " última casa" ontem no cemitério da Atouguia em Guimarães, onde no jazigo já a esperava o meu Pai desde o da 5 de Fevereiro de 2007 e outros Familiares que também lá estão.
A minha Mãe deu entrada no Hospital de Guimarães uns dias antes do Natal, tendo lá passado essa Quadra Festiva, e o Ano Novo até à madrugada de Terça Feira, onde não resistiu a uma delicada operação, apesar do meu optimismo que a operação corresse bem.
No Natal e Ano Novo comuniquei com muitos Amigos e Amigas desejando Boas Festas e vice-versa, nunca demonstrando a alguém a dor que me ía na Alma, pelo facto da minha Mãe estar hospitalizada, pois entendi que devia ser esse o meu procedimento. Além do mais tinha a esperança que a qualquer momento tivesse alta hospitalar, o que infelizmente não veio a acontecer.
Ontem um dos Senhores Padres disse na Missa de Corpo Presente que os meus Pais deixavam um legado muito rico por causa da Família numerosa que constituíram, pois são 10 filhos, muitos netos, bisnetos, sobrinhos, noras, genros e cunhados.
Ouvi com atenção aquela homilia, mas apesar desse legado que deixaram, eu sinto-me mais pobre porque já não tenho o Pai e Mãe entre nós.
Desculpem, mas tive que desabafar, pois estou a passar um momento particularmente dífícil de dor que a perda dos entes queridos nos causam.
O Dia da Mãe, para mim é todos os dias. Como habitualmente estou com a minha mãe aos fins de semana e sempre que posso com o maior prazer, pois além de gostar muito dela, é uma pessoa que apesar da sua provecta idade, é muito alegre, comunicativa, com quem dá gosto conversar e conviver. Foi o caso de hoje!
Faço parte dos 10 filhos que deu ao mundo, e que tão bem criou, incutindo-nos sempre uma boa educação e ensinando-nos muito, assim como o meu pai que há pouco mais de um ano, deixou de estar fisicamente entre nós. Que saudades tenho de si, meu pai!
Mas, hoje é sobre minha mãe que faço uma reflexão. Como é possível uma Senhora manter tanta frescura, alegria e juventude, a qual extravasa para os outros e naturalmente para mim próprio!
Eu reconheço que não deve ser nada fácil educar 10 filhos: sete rapazes e três raparigas, tendo cada um seguido os estudos nas áreas que escolheu. Lembro-me duma frase paradigmática nesse sentido, em que diziam: nós abrimos as portas e vós seguis em frente o caminho que entendais ser melhor para o vosso futuro!
Continuando a falar da minha mãe cuja adjectivação positiva já me escasseia para descrever tão nobres feitos . Ainda hoje inventou e elaborou um lanche que foi uma autêntica delícia, tendo a arte de nos surpreender com tão fértil imaginação! Mas não é dos lanches que eu gosto mais, gosto dela sempre, como no passado.
Eu sou um filho "babado" que se rende aos dotes da minha mãe, sejam eles, respeitantes á sua elevada personalidade, carinho, jovialidade, força de vencer e uma grande amiga com quem compartilhamos emoções e também e estamos sempre a aprender.
Parabéns minha mãe! Para mim é sempre o seu Dia!
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