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O meu objectivo, é escrever breves textos, sobre os assuntos que eu considere de interesse nos mais diversos âmbitos, e que prendam a atenção do seu olhar!

Quinta-feira, 22 de Maio de 2008
Poema Sarcástico - Grande Revolução no Porto!

 

Então os senhores ainda não leram os jornais!

 

Grande revolução no Porto!

 

Tragédia meus Senhores! Tragédia de arrepiar os cabelos! Tiros! Pancadas! Facadas! No Porto está tudo morto!

 

A revolução começou no Estádio do Dragão! Mas o caso já veio da Ribeira!

 

Por causa da perda do campeonato juntou-se tal povoléu! Que a cem léguas de distância já se ouvia o choro das mães! Choviam golpes mortais e os mortos empilhados já se elevam a tal altura! Que um deles avista quase toda a Estremadura! 

 

Que furor meus Senhores na luta que se travou! Tiros por todo o lado! O rio já vai molhado! Os Navios aos glutões vieram até á rua Passos Manuel onde lá há feridos a granel! E a choradeira é tão grande! Que foi preciso chamar os Bombeiros de Tomar por causa da inundação que já ameaçava a Circunvalação!

 

São tremendas as apostas! Já há homens com casas ás costas! Já não se sabe do Pinto da Costa! Na rua Alexandre Herculano um homem engoliu um Aeroplano! Outro na rua das Flores com um sopro desfez em frangalhos nada mais que seis Vapores! Um terceiro enfurecido foi ao Posto da Policia que fica na Cordoaria e com um berro descomunal rebentou logo o portal! Em seguida manda altivo por cá fora o Regimento e á força de tabefe esmigalha-o num momento!

 

No Largo da Aguardente está tudo cheio de gente!

Na rua da Lomba rebentou uma bomba!

E em Fernandes Tomás mataram três velhas e um rapaz!

Em Sá da Bandeira a desordem durou uma noite inteira!

 

A Batalha era varrida pela metralha! E nos Caldeireiros já estão os artilheiros a preparar os canhões que por lá são aos montões!

 

Que grande carnificina! Tiros até mais não! O sangue corria em cachão! E aqueles cadáveres assim todos tortos! Viam-se logo três mil mortos!

 

E o sangue a correr e a mãe a gritar! – Meu filho! – Meu filho! – Pega na garrafa e vai buscar um quartilho...

 

OBS:  Para melhor apreciar este poema inédto, queira ouvi-lo por um Senhor do Norte cuja idade e respeito bem  merece.  -  PARA OUVIR O DECLAMADOR, CLIQUE EM PLAY NO CLIP DE VOZ 

 

Faixa 1 - Intérprete Desconhecido


publicado por umbreveolhar às 16:26
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Carlos Alberto Borges
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